Para o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Paulo Augusto de Arruda Mello, pesquisas como essa buscam alternativas aos tampões, bastante rejeitados. "As crianças odeiam usá-los", diz. Por isso, Mello vê importância no trabalho, que pode abrir perspectivas para novos tratamentos, mas acredita que é preciso ter mais evidências científicas para mudar a conduta do tratamento nos consultórios. Célia Nakanami, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, concorda. Ela afirma que ainda não há comprovação de como a acupuntura atua no córtex visual e que é preciso responder a diversas questões antes de indicar o tratamento como praxe. "Métodos alternativos devem ser acompanhados de perto. Corre-se o risco de perder a oportunidade de fazer um tratamento clássico eficaz enquanto ainda há tempo de obter maior taxa de cura", afirma Mello.
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Acupuntura pode ajudar a corrigir "olho preguiçoso"
Acupuntura em locais do corpo associados à visão pode ajudar no tratamento da ambliopia, o problema ocular mais comum em crianças, também conhecido como "olho preguiçoso". É o que aponta um estudo publicado no periódico "Archives of Ophtalmology".O distúrbio é caracterizado pela baixa visão em um dos olhos. Estima-se que, no Brasil, ele possa atingir até 4% das crianças.O tratamento, feito com óculos, colírio ou tampão (colocado no olho sadio para estimular o olho mais "fraco"), costuma ser eficaz até os sete anos, em média.O estudo foi feito na China com 88 crianças entre sete e 12 anos. Durante 25 semanas, metade delas usou tampão por duas horas ao dia. A outra metade fez cinco sessões semanais de acupuntura. De acordo com a pesquisa, esse grupo teve 42% de melhora, contra 17% no grupo que usou tampão. Hong Jin Pai, médico acupunturista do centro de dor da clínica de neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, diz que já existem acupunturistas que usam a técnica no Brasil para problemas oculares, incluindo a ambliopia. No entanto, a melhora costuma ser lenta e, no caso do "olho preguiçoso", ele acredita que seja mais indicado usar o tampão associado à acupuntura para ter resultados melhores. A aplicação das agulhas, segundo Jin Pai, ativa o sistema nervoso correspondente e libera endorfina, dopamina e serotonina, substâncias com efeito analgésico e anti-inflamatório. "Como a dificuldade de a criança amblíope enxergar pode causar tensão dos músculos extra e intraoculares, a acupuntura provocaria o relaxamento deles."
REJEIÇÃO AO TAMPÃO
Para o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Paulo Augusto de Arruda Mello, pesquisas como essa buscam alternativas aos tampões, bastante rejeitados. "As crianças odeiam usá-los", diz. Por isso, Mello vê importância no trabalho, que pode abrir perspectivas para novos tratamentos, mas acredita que é preciso ter mais evidências científicas para mudar a conduta do tratamento nos consultórios. Célia Nakanami, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, concorda. Ela afirma que ainda não há comprovação de como a acupuntura atua no córtex visual e que é preciso responder a diversas questões antes de indicar o tratamento como praxe. "Métodos alternativos devem ser acompanhados de perto. Corre-se o risco de perder a oportunidade de fazer um tratamento clássico eficaz enquanto ainda há tempo de obter maior taxa de cura", afirma Mello.
Para o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Paulo Augusto de Arruda Mello, pesquisas como essa buscam alternativas aos tampões, bastante rejeitados. "As crianças odeiam usá-los", diz. Por isso, Mello vê importância no trabalho, que pode abrir perspectivas para novos tratamentos, mas acredita que é preciso ter mais evidências científicas para mudar a conduta do tratamento nos consultórios. Célia Nakanami, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, concorda. Ela afirma que ainda não há comprovação de como a acupuntura atua no córtex visual e que é preciso responder a diversas questões antes de indicar o tratamento como praxe. "Métodos alternativos devem ser acompanhados de perto. Corre-se o risco de perder a oportunidade de fazer um tratamento clássico eficaz enquanto ainda há tempo de obter maior taxa de cura", afirma Mello.
Fonte: Folha.com
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